Não estamos conseguindo. O relatório da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC, ou Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) divulgado na sexta-feira, 8, afirma isso com clareza, não temos feito o suficiente para que o aquecimento do planeta fique entre os ideais 1,5 e 2°C até o final do século, o cenário é, na realidade, bem pior. A humanidade está a caminho de uma temperatura que deverá ficar entre 2,4 e 2,6°C mais alta. E mesmo que todos os compromissos firmados na COP27, realizada em 2022, sejam cumpridos, o aumento ficaria entre 1,7 e 2,1°C, ainda acima do ideal.
O levantamento da UNCCC é o maior já realizado desde o Acordo de Paris, em 2015, e afirma que a janela de tempo para que limitemos o aquecimento global a 1,5°C está cada vez menor. Precisamos reduzir em 43% a emissão de gases-estufa até 2030, ou seja, em sete curtos anos. Até 2035, essa redução precisa chegar aos 60%, em números relativos a 2019, para finalmente chegar ao net zero em 2050.
O estudo chega a dezessete conclusões, que cobrem do que os países precisam ainda realizar para mitigar o próprio aquecimento até medidas para mitigar seus efeitos, principalmente entre as populações mais vulneráveis. O relatório pode ser baixado, em PDF, aqui.
Em nota divulgada também na sexta-feira, Ani Dasgupta, presidente do World Resources Institute, afirmou, em um apelo ao encontro do G20 realizado no final de semana:
“O mundo está em chamas, as pessoas estão passando fome e o mundo não está no caminho certo para cumprir suas metas climáticas. O G20, responsável pela maior parte da riqueza e das emissões do mundo, é crucial para mobilizar a vontade política e os recursos financeiros de que precisamos para enfrentar essas crises globais.
“Dado que o mundo acabou de vivenciar o verão mais quente de sua história, há uma desconexão massiva entre o que o mundo precisa e o que as maiores economias do mundo estão entregando.”
A nota termina com uma citação ao presidente brasileiro, que assumirá formalmente a presidência do G20 a partir de 1° de dezembro:
“As ações deste grupo de países determinarão o curso do nosso futuro. À medida que o Brasil e o Presidente Lula assumem a próxima presidência do G20, esses países devem acelerar a escala e o ritmo da mudança, demonstrando a liderança de que o mundo precisa em ação climática, equidade e segurança alimentar“.
Dasgupta cita pautas que deverão ser colocadas no G20 durante a presidência brasileira, entre elas inclusão social, combate à fome e à desigualdade; desenvolvimento sustentável; e reforma das instituições de governança global. Algumas delas presentes entre as conclusões do próprio relatório da ONU.
O momento será, portanto, cada vez mais crucial.
Brasil
[05/09/2023] Produção industrial tem queda de 0,6% em julho ante junho, mais forte que a esperada (InfoMoney) – a produção industrial brasileira recuou 0,6% em julho, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A recuou em relação a julho de 2022 foi ainda maior, de 1,1%. Nos últimos 12 meses, a diminuição chega a 0,4%. As principais influências negativas foram dos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,5%), indústrias extrativas (-1,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,1%) e máquinas e equipamentos (-5,0%).
Comércio exterior
[04/09/2023] Sistema de pagamento transfronteiriço vai melhorar comércio exterior, diz Campos Neto (CNN Brasil) – o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, informou em evento na segunda-feira, 4 de setembro, que um sistema de pagamento transfronteiriço, em uma futura integração do Pix com o sistema de pagamentos instantâneos internacionais, poderá melhorar o comércio exterior brasileiro. No mesmo evento, Campos Neto anunciou que o Pix poderá ser usado em pedágios, estacionamentos e transporte públicos. Na ocasião, ele não deu dada de lançamento para essa possível integração.
Pescado
[05/09/2023] O caminho do revés: como o pedido de RJ da GeneSeas mexeu com o setor (Seafood Brasil) – a matéria de capa da Seafood Brasil #49 conta a história de como a recuperação judicial da GeneSeas mexeu com o setor do pescado e seu impacto econômico nos Grandes Lagos de São Paulo e Mato Grosso do Sul. No link, você lê trecho da reportagem assinada por Ricardo Torres.
[04/09/2023] Como atingir o padrão de qualidade de grandes redes varejistas? (Seafood Brasil) – as zootecnistas Elane Cristine Correia e Luciana Lacerda, ambas da Equali-z, escrevem na Seafood Brasil sobre os padrões de qualidade que produtores de pecado precisam seguir para se adequar às grandes redes varejistas. No artigo, as consultoras respondem à pergunta “Como eu faço para entregar produtos em uma grande rede de supermercados que tenha peixaria?“.