O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou o potencial de crescimento econômico sustentável do Brasil e as vantagens competitivas da energia limpa para manufaturar produtos verdes para o mundo. Até a próxima quarta-feira, o ministro cumpre agenda em Nova Iorque, onde participa de diversos eventos da Climate Week.
Na New York Stock Exchange (Bolsa de Valores de Nova Iorque), na segunda-feira (18/9), Haddad afirmou que o Brasil é um ator relevante no cenário global e precisa se beneficiar deste fato. Segundo o ministro, essa é uma vantagem competitiva que coloca o país em uma posição privilegiada no contexto de transformação ecológica.
O Brasil, nas palavras do chefe da Fazenda, tem potencial de atrair a atenção do mundo, pois mais de 90% da produção de energia é proveniente de fontes verdes. Haddad enfatizou que esta é uma das chaves para a neoindustrialização do país e que há uma janela de oportunidade para um crescimento sustentável.
“O Brasil pode se tornar exportador de energia limpa exportando lítio e hidrogênio ou podemos usar uma parte dessa energia para a produção de produtos verdes”, disse Haddad no seminário promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Haddad enfatizou que sustentabilidade e desenvolvimento estão intrinsecamente ligados, não havendo distinção entre eles. “Isso é coisa do passado e dos equívocos do passado. O futuro é do desenvolvimento sustentável e o Brasil pode ter um papel proeminente, sabendo lidar com as nossas parcerias”, disse o ministro, que na sequência manifestou o interesse para que seja aprovado no segundo semestre o acordo entre Mercosul e União Europeia.
Energia limpa na manufatura de produtos verdes
O ministro da Fazenda também participou de reunião bilateral com John Kerry, enviado presidencial especial para o clima dos Estados Unidos. A reunião aconteceu no período da tarde antes da participação de Haddad no painel “Ecological and Economic Transformation in Brazil and the Amazon”, promovido pelo The Nature Conservancy.
O caminho para a transformação ecológica no Brasil, afirmou o ministro, inclui o fortalecimento das cadeias de suprimentos e a criação de incentivos para o desenvolvimento econômico com baixas emissões de carbono. Ao representante do governo norte-americano, Haddad pediu mais espaço para os produtos verdes produzidos com energia limpa do Brasil.
Segundo o ministro, é possível explorar outras possibilidades “sem as amarras típicas de acordos bilaterais”. “Nós podemos manufaturar produtos verdes no Brasil. […] Tem uma parte da produção manufatureira dos Estados Unidos, que tem como destino o mercado de consumo dos Estados Unidos, que é produzido no México. Há coisas que podem ser produzidas no Brasil, até porque o México não tem uma matriz verde energética como nós”, disse.
Segundo o ministro, o Brasil prepara o terreno regulatório para atrair investimentos. “Nós podemos produzir coisas no Brasil que podem ser certificadas como produção verde, net zero, ou seja com emissão líquida de carbono igual a zero. Nós estamos em compasso com a descarbonização da economia e estamos acelerando as mudanças legislativas necessárias junto com o Congresso, como crédito de carbono, green bonds para que a gente esteja com a casa arrumada para receber os investimentos”, afirmou.
Ciência e Tecnologia
[18/09/2023] MCTI e CNPq lançam edital de R$ 12 milhões para aprimorar sistema de prevenção e alertas de inundações e deslizamentos (MCTI) – o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram chamada pública no valor de quase R$ 12 milhões para aprimorar o sistema de emissão de alertas de risco de inundações e deslizamentos de terra. O edital vai fomentar pesquisas que contribuam para o desenvolvimento de ferramentas para emissão de alertas em duas linhas de atuação: “Pesquisa de curto prazo e eventos hidrológicos” e “Previsão de curto prazo e eventos geodinâmicos”.
Comércio exterior
[15/09/2023] Exportações do agronegócio batem recorde para os meses de agosto: US$ 15,63 bilhões (Mapa) – as exportações brasileiras de produtos do agronegócio subiram 6,6% em agosto deste ano, atingindo US$ 15,63 bilhões. O valor correspondeu a 50,4% do total exportado pelo Brasil. Segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), dois fatores explicam o resultado de agosto: aumento da quantidade exportada e redução de preços. O primeiro fator está relacionado à safra recorde de grãos colhida em 2022/2023, que ampliou a capacidade de excedente exportável. O outro fator trata do recuo dos preços internacionais dos alimentos. Para os analistas da SCRI, os produtos que merecem destaque no mês são o milho, a soja em grãos, o farelo de soja, o açúcar e a carne de frango in natura.
Pescado
[15/09/2023] Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros é implementado (Mapa) – o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na sexta-feira (15) a Portaria nº 884 que aprova o Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros (MoluBis). O programa foi elaborado para realizar o controle higiênico-sanitário dos moluscos bivalves (ostras, vieiras, mexilhões, sarnambis, berbigões, dentre outros) destinados ao consumo humano ou animal, de acordo com requisitos mínimos necessários para a garantia de inocuidade e qualidade, e monitoramento e fiscalização do atendimento destes requisitos.
[15/09/2023] Começa a força tarefa que vai zerar a fila de espera pela carteirinha do pescador (MPA) – desde a segunda-feira, 18, os ministérios da Peca e Aquicultura (MPA), Previdência Social e Trabalho e Emprego se unem numa força-tarefa para analisar os pedidos de registros de pescadores e pescadoras profissionais no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP). Esse é o nome formal do documento, que é mais conhecido como “carteirinha do pescador”.